HISTORIANDO - CEd Stella
Alunos aprovados após Recuperação Contínua
1º A
HIAN PABLO C DA SILVA
EDUARDO OLIVEIRA SILVA
1ºB
ÉRICA DA SILVA M DO CARMO
GISELE MAIA DE O SALES
Revisão para recuperação semestral de História - 1º ANO
Conteúdo Idade Média e Moderna:
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Alta Idade Média;
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Baixa Idade Média;
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Sistema Feudal (características políticas, econômicas, sociais, culturais)
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A Igreja na Idade Média;
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As Cruzadas;
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Renascimento Comercial e Urbano;
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Grandes Navegações;
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Reformas Religiosas; Contrarreforma;
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A formação das Monarquias Nacionais e o Absolutismo Monárquico.
Livro didático: Unidades: 3 e 5
Roteiro de Estudo
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Como teve início a Idade Média?
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Sobre a Idade Média, faça um pequeno resumo contendo os seguintes temas:
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principal atividade econômica,
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estrutura social,
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estrutura política,
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principais características do sistema feudal.
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Descreva os principais fatores que levaram à crise do Sistema Feudal: guerra, fome e peste.
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Peste Negra ou Peste Bubônica
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As Guerras Medievais e as Revoltas Camponesas: as Jacqueries
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Fale sobre o renascimento urbano e comercial, relacionando o desenvolvimento da vida urbana para a crise do sistema de servidão feudal:
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O que foram as Cruzadas?
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Descreva algumas mudanças no continente europeu, relacionadas às Grandes Navegações Ultramarinas, durante os séculos XVI e XVII:
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O que foi o Renascimento Cultural?
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Identifique alguns motivos para a revolução espiritual denominada Reforma Protestante:
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O que foi a Contrarreforma, quais as principais medidas adotadas pela Igreja Católica e as principais consequências?
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Sobre as Reformas Religiosas identifique as principais características:
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do Anglicanismo
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do Luteranismo
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do Calvinismo
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O que é Absolutismo Monárquico?
Simulados: Idade Média Baixa Idade Média
Resumo
Representação do feudalismo: camponeses colhendo o trigo mediante os olhares do senhor feudal.
A Idade Média é tratada de forma divergente pelos historiadores. Alguns dizem que foi uma época de trevas, visto que não houve significativos avanços do saber e da arte. De fato, podemos considerar este período como uma fase de transição, uma época de dificuldades e inseguranças para toda a Europa ocidental. No entanto, vale ressaltar que o mesmo foi essencial para o surgimento da civilização moderna, com suas novas ideias e princípios que acabaram mudando o mundo.
A Idade Média é dividida em duas fases:
Alta Idade Média (Séc. V a XI): Fase caracterizada essencialmente pelo ápice do sistema feudal. Os trabalhadores realizavam uma espécie de contrato com o senhor feudal: ofereciam trabalho em troca de proteção e abrigo. Por esse motivo, não havia mobilidade social e todo o poder político e econômico ficava concentrado nas mãos dos senhores feudais.
A economia era de subsistência e agrícola quase que em sua totalidade. Nessa época ocorreu o êxodo urbano, uma vez que as pessoas fugiam das cidades em direção aos campos na tentativa de se protegerem dos constantes ataques bárbaros. Durante a Alta Idade Média, a Igreja se tornou uma instituição poderosíssima, já que esta se mostrou provavelmente a única grande instituição forte mediante todo o contexto de desorganização econômica e social gerado pelas invasões bárbaras.
A Alta Idade Média foi um período de instabilidade e insegurança generalizada, que se estendeu do século V ao século IX. Nesse período destacam-se:
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Os Reinos Germânicos – os germânicos eram povos árias estabelecidos ao longo das fronteiras do Império Romano. Os romanos os chamavam de ”bárbaros”, por serem estrangeiros e não falarem o latim. Os germanos formaram vários Reinos Germânicos dentro do território romano;
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O Reino Cristão dos Francos – o reino dos francos constituíram o reino mais poderoso da Europa Ocidental;
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A Igreja e o Sacro Império – A Igreja Medieval teve importante papel na sociedade. Foi nessa época que começou a organizar-se, com o objetivo de zelar pela homogeneidade dos princípios da religião cristã e promover a conversão dos pagãos.
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O Sistema Feudal – o feudalismo começou a se formar no século V, na Europa Ocidental, com a crise do Império Romano.
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O Império Bizantino – estabelecido em Constantinopla, o Império Bizantino sobreviveu à invasões bárbaras e perdurou por todo o período medieval.
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Os Árabes e o Islamismo – no Oriente Médio, na península arábica, nasceu em 630 o Islão, como resultado das Guerras Santas empreendidas por Maomé. Aos poucos, o Islamismo se expandiu por um extenso território, conquistando terras da Ásia, África e Europa.
Baixa Idade Média (Séc. XII a XV): Nesse período, a Europa Ocidental passou a conhecer o seu “renascer” material e cultural. Assim, as situações se inverteram de tal forma que o feudalismo passou a ser um sistema decadente, dando lugar para um ascendente capitalismo comercial apoiado pela burguesia e pelas monarquias nacionais.
De fato, ocorreu um verdadeiro renascimento comercial, realidade que tornava toda a lógica da antiga relação senhor feudal/vassalo sem sentido, já que o dinheiro havia se tornado o elemento mais importante da dinâmica social vigente. Buscando melhores condições de vida e trabalho, os camponeses passaram a migrar para as cidades, que iam se tornando cada vez mais populosas. Tais alterações sociais formaram as bases para o surgimento de outro sistema econômico: o capitalismo.
A Baixa Idade Média é o período que vai do século X ao século XV. Destacam-se nessa época:
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A crise do feudalismo ocorreu no último período da Idade Média, denominado de Baixa Idade Média (séculos XI e XV).
Alguns fatores foram necessários para que o feudalismo desaparecesse por completo, pondo fim a Idade Média e dando início a Idade Moderna.
Baseado na posse de terras (feudos), na monarquia, na centralização do poder, na autossuficiência e numa sociedade estamental (nobreza, clero e povo), destituída de mobilidade social, o feudalismo foi um sistema que permaneceu até o século XIV na Europa.
No entanto, com as mudanças de paradigmas e com diversos acontecimentos históricos, culturais, políticos e sociais, o sistema feudal entrou em declínio a partir do século XI.
Segue abaixo as principais causas que acarretaram na crise do sistema feudal.
Crescimento Demográfico: a partir do século X, o aumento considerável do número de pessoas foi um fator decisivo para que surgisse uma nova classe social interessada sobretudo, no comércio: a burguesia. A classe burguesa, formada por artesões, mercadores, banqueiros e donos de companhias de comércio, eram habitantes das antigas cidades medievais fortificadas, denominadas de burgos.
Com isso, o poder da nobreza, dos senhores feudais e do clero também entram em declínio. Diante desse sistema, ficou difícil suprir as diversas necessidade da população (alimentação, moradia, saúde, etc.) que praticamente duplicou nos séculos seguintes.
Essa explosão demográfica gerou uma população marginal, sem emprego e sem terras. A partir do século XV o renascimento urbano e comercial propiciou o aumento e a estabilidade da população.
Revolução Burguesa: com o surgimento da burguesia, muitas pessoas fugiam dos feudos (êxodo rural) para as cidades em busca de melhores condições. O surgimento da moeda, o desenvolvimento das cidades medievais e da intensificação das atividades comerciais, foram essenciais para que o sistema feudal entrasse em declínio.
A nova classe social que surgia aspirava contra o absolutismo, almejando independência e propondo uma nova economia, baseada no sistema capitalista (burguesia mercantil). Além disso, a burguesia lutava pelo enriquecimento e pela mobilidade social, sistema desconhecido na sociedade feudal.
Peste Negra: um dos fatores que assolaram a população na Idade Média, foi a epidemia da peste negra (ou peste bubônica), que matou milhões de pessoas a partir do século XIV, ou seja, cerca de um terço da população europeia.
Entre 1346 e 1353, a falta de higiene e de condições favoráveis de vida foram determinantes para que a peste atingisse grande parte da população. Assim, a diminuição da mão de obra caiu drasticamente, revelando um pouco da crise feudal que se iniciava.
A população vivia em condições precárias de habitação e higiene, o que fez com que o vírus da peste, que se alojava nas pulgas dos ratos, se proliferasse drasticamente.
Isso implicou principalmente, na maior opressão e exploração dos poucos servos que ainda trabalhavam nos feudos, o que deixou cada vez mais a população descontente, levando a diversas revoltas camponesas, das quais se destacam a Jacquerie (1358) e a Revolta Camponesa de 1381.
As Cruzadas: Foi a partir do movimento das Cruzadas (entre os séculos XI e XIII), uma série de oito expedições de caráter religioso, econômico e militares organizadas pela Igreja, que o comércio se intensificou e o renascimento comercial surgiu na Europa.
As comercializações de produtos com o Oriente a partir da abertura do mar mediterrâneo foi um fator determinante para a queda do sistema feudal, com o aumento das rotas comerciais.
Ainda que do ponto de vista religioso elas não tenham atingido muitos objetivos, as Cruzadas favoreceram o desenvolvimento comercial, pondo fim a dominação árabe no Mar Mediterrâneo.
Renascimento: Com novas descobertas e mudanças nos âmbitos religioso, comercial, urbano, cultural, artístico e científico, surge no século XV na Itália, o Renascimento: movimento artístico, filosófico e cultural que permitiu a mudança de mentalidades na sociedade europeia.
Com ele, o antropocentrismo humanista, deu lugar ao teocentrismo que dominava a vida da população na Idade Média, junto ao poder da Igreja, a qual participava inteiramente da vida dos cidadãos. O renascimento comercial favoreceu as trocas comerciais, aumentando a economia e gerando o sistema capitalista.
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As cruzadas e a expansão das sociedades cristãs;
As cruzadas eram expedições de caráter religioso, econômico e militar que se formaram na Europa, entre os séculos XI e XIII, contra os heréticos e os muçulmanos.
Embora não tenha sido um movimento exclusivamente religioso, as cruzadas tiveram o espírito de religiosidade da cristandade europeia como fator importante de sua formação.
Isso se explica, diante de uma sociedade onde a fé superava a razão, a cultura era manipulada pela igreja e vivia-se preso à ideia do pecado e da condenação eterna, era natural que o homem buscasse a salvação da alma através de atos de fé e penitência.
Uma das penitências desejadas era fazer ao menos uma peregrinação à Palestina - a Terra Santa, o lugar onde Cristo nascera, sofrera e fora enterrado.
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Objetivos das Cruzadas
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Libertar a Terra Santa conquistada pelos turcos seldjúcidas (dinastia do fundador Seldjuk), que proibiu a peregrinação ao Santo Sepulcro, em Jerusalém;
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A tentativa do papado de unir a Igreja Ocidental e a Igreja Oriental, separadas desde 1054 pelo Cisma do Oriente.
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A tentativa dos nobres europeus de se apropriarem de terras no oriente;
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A necessidade de algumas cidades comerciais europeias, principalmente italianos, interessados por entrepostos e vantagens em busca de produtos orientais e pela possibilidade de abertura do mar Mediterrâneo ao comércio;
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A explosão demográfica europeia, que gerou uma população marginal, sem emprego e sem terras, que uniu seu fervor religioso ao desejo de riqueza.
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Consequências das Cruzadas
Do ponto de vista religioso as cruzadas fracassaram, do ponto de vista econômico elas tiveram um papel importante no desenvolvimento comercial, com o fim da dominação árabe no Mar Mediterrâneo. As cruzadas conseguiram restabelecer as relações europeias com o norte da África e a Ásia. Foram responsáveis pela reabertura do Mediterrâneo ao comércio internacional e pelo desenvolvimento do comércio ocidental.
Deve-se também às cruzadas a divulgação na Europa ocidental de parte dos conhecimentos das civilizações bizantina e muçulmana, do cultivo de novos produtos agrícolas e novas técnicas, na fabricação de vidro e tapete.
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O ressurgimento urbano na Europa;
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O renascimento comercial europeu;
O Renascimento Comercial foi uma das vertentes do Renascimento Italiano, movimento cultural, econômico e político surgido na Itália, no século XIV.
Ao lado do Renascimento Cultural e Urbano, o Renascimento Comercial foi marcado pela intensificação das relações comerciais entre as nações, pondo fim ao sistema feudal e dando início ao capitalismo comercial.
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Contexto Histórico: Resumo
O fim do sistema feudal e o surgimento do sistema capitalista foram fundamentais para consolidar a expansão do comércio.
Entretanto, foi a partir das Cruzadas (entre os séculos XI e XIII), expedições militares de caráter econômico, político e religioso, que as relações comerciais foram fortalecidas com o Oriente.
Além disso, a abertura do Mar Mediterrâneo foi essencial para o aumento das rotas comerciais entre os países, levando ao fim do período da Idade Média e o início da Idade Moderna.
Renascimento Cultural
O Renascimento Cultural, aliado ao cientificismo e ao humanismo vigentes, consagraram novas formas de ver o mundo. Assim, o antropocentrismo, ou seja o homem como centro do mundo, foi substituído pelo teocentrismo medieval, onde Deus estava no centro do Universo, e a vida das pessoas giravam em torno da religião.
Para tanto, a “Idade das Trevas” (cunhada por alguns humanistas para indicar o período sombrio e estático da Idade Média), perdurou durante muito tempo na Europa, do século V ao século XV, e estava baseado numa sociedade monárquica onde o rei era o senhor mais soberano, seguido da nobreza e do clero.
Os servos, eram os últimos da estrutura hierárquica medieval, e que decerto não possuíam poder e/ou as mesmas possibilidades que os estamentos acima (nobreza e clero).
Apoiados à crise do regime feudal, os humanistas italianos alegavam que o período anterior do Medievo esteve marcado por um grande retrocesso humano, em relação às produções clássicas.
As características do renascimento estão intimamente relacionadas com a época em que foram desenvolvidas, ou seja, a partir do século XV, no período renascentista.
Lembre-se que o renascimento foi um movimento artístico e filosófico que despontou na Itália no século XV. O surgimento do renascimento foi importante para pôr fim a Idade Média, dando início a Idade Moderna.
Representou uma das mais importantes mudanças de mentalidade na história da humanidade, visto que foi um movimento de renovação em diversas áreas do conhecimento: filosofia, política, economia, cultura, artes, ciência, dentre outras.
Principais Características
Humanismo: o movimento humanista surge como mote para a valorização do ser humano e da natureza humana, donde o antropocentrismo (homem no centro do mundo) foi sua principal característica. O humanismo foi uma corrente intelectual que se destacou na filosofia e nas artes, e que desenvolveu o espírito crítico do ser humano.
Racionalismo: ao defender a razão humana, essa corrente filosófica foi importante para desenvolver diversos aspectos do pensamento renascentista em detrimento da fé medieval. Com ele, o empirismo ou a valorização da experiência, foram essenciais para a mudança de mentalidade no período do renascimento. Note que o racionalismo está intimamente relacionado com a expansão científica de forma que busca uma explicação para os fatos, baseada na ciência. Em outras palavras, a razão é o único caminho para se chegar ao conhecimento.
Individualismo: representou uma das importantes características do renascimento associados ao movimento humanista. O homem é colocado em posição central e passa a ser regido, não somente pela igreja, mas também por suas emoções. Assim, ele torna-se um ser crítico e responsável por suas ações no mundo.
Antropocentrismo: em detrimento do pensamento teocêntrico medieval, onde Deus estava no centro do mundo, o antropocentrismo (homem como centro do mundo) surge para resgatar diversos aspectos do ser humano. A inteligência humana foi corroborada com as diversas descobertas científicas da época. O homem passa a ter uma posição centralizada de destaque.
Cientificismo: numa época de efervescência, o conceito do cientificismo foi de suma importância para mudar a mentalidade do homem e trazer à tona questões sobre o conhecimento do mundo. Destacam-se as descobertas científicas realizadas por Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Johannes Kepler, Andreas Vesalius, Francis Bacon, René Descartes, Leonardo da Vinci e Isaac Newton.
Universalismo: foi desenvolvida sobretudo na educação renascentista corroborada pelo desenvolvimento do conhecimento humano em diversas áreas do saber. O homem renascentista busca ser um "polímata", ou seja, aquele que se especializa em diversas áreas. O maior exemplo de figura polímata do renascimento foi sem dúvida, Leonardo da Vinci. Vale ressaltar que no período renascentista, houve uma expansão de escolas, faculdades e universidades, bem como a inclusão de disciplinas relacionadas às humanidades (línguas, literatura, filosofia, dentre outras.)
Antiguidade Clássica: a retomada dos valores clássicos foi essencial para o estudo dos humanistas. Um dos fatos que facilitou muito o estudo dos clássicos foi a invenção da imprensa, uma vez que a rápida reprodução das obras auxiliou na divulgação do conhecimento. Segundo os estudiosos da época, a filosofia e as artes desenvolvidas durante a Grécia e a Roma antiga possuíam grande valor estético e cultural, em detrimento da Idade das Trevas (Idade Média) em que foram relegadas.
O Renascimento Científico foi um período de desenvolvimento da ciência (astronomia, matemática, física, química, anatomia, etc.) que ocorreu durante o período do Renascimento (séculos XV e XVI).
Dessa forma, representou uma revolução científica pautada no racionalismo, que mudou a forma de ver o mundo, ou seja, a mentalidade das pessoas.
Sendo assim, a partir dos estudos e descobertas de alguns cientistas, esse período possibilitou o avanço de diversos campos do conhecimento que, mais tarde, inauguraria a Ciência Moderna.
Observe que os renascentistas estavam preocupados com o estudo da natureza, de forma que valorizavam mais a razão do que a fé.
Embora Leonardo da Vinci tenha sido um dos nomes mais importantes do Renascimento Cultural e Artístico, ele foi destaque no Renascimento Científico, ao lado de Nicolau Copérnico.
Resumo: Características e Contexto Histórico
O declínio do sistema feudal e o fim do longo período denominada Idade Média (século V ao século XV), foi essencial para o surgimento de uma nova ordem e mentalidade na Europa.
Lembre-se que a Idade Média foi caracterizada pelo tradicionalismo, marcado pelo sistema feudal e uma sociedade estamental (rei-nobre-clero-servos), a qual impossibilitava a mobilidade social.
Foi marcada pelo obscurantismo do conhecimento e, quanto à isso, foi denominada de “Idade das Trevas”. Nesse contexto, poucos indivíduos tinham acesso ao conhecimento, o qual era transmitido por meio dos livros e trancados nas bibliotecas, tal qual tesouros.
Durante esse período de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, a Europa passava por diversas transformações sociais, culturais, políticas e econômicas, que levaram a expansão da ciência bem como do pensamento humanista, ou seja, mais centrado no homem em detrimento de “Deus” como centro do Universo (teocentrismo medieval).
Fatores como a expansão marítimo comercial, o surgimento da imprensa e da burguesia, foram essenciais para a evolução científica.
De tal modo, o Humanismo e o Renascimento Cultural, inspirados no antropocentrismo(homem como centro do Universo), influenciaram diretamente a mentalidade europeia e, por consequência, os cientistas, que passaram a ter uma atitude mais crítica e ativa em relação ao mundo.
Assim, foram capazes de avançar os estudos e desvendar mistérios, ora desconhecidos, ora guardados pela Igreja Católica, detentora do poder na Idade Média.
Por fim, o Renascimento Científico (século XVI e XVII) causou grande impacto no pensamento europeu da época, sendo considerado uma afronta à religião católica, na medida em que a Igreja, baseada no teocentrismo e, sem fundamentação científica, foi substituída por novos pensamentos, com a criação de novos instrumentos, experimentações e descobertas feita pelos estudiosos. Era o fim da Era Medieval e início da Idade Moderna.
Principais Representantes
Os principais cientistas que fizeram parte do Renascimento Científico foram:
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Nicolau Copérnico (1473-1543): astrônomo e matemático polaco, considerado o “Pai da Astronomia Moderna”. Foi criador da Teoria Heliocêntrica (sol como centro do Universo), na qual contradiz a Teoria Geocêntrica medieval (adotada pela Igreja Católica), em que a Terra seria o centro do Universo.
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Galileu Galilei (1564-1642): astrônomo, físico, matemático e filósofo italiano, Galileu foi defensor da Teoria Heliocêntrica de Copérnico, sendo considerado um dos fundadores da geometria moderna e da física. Além disso, aperfeiçoou o telescópio, inventou o microscópio com duas lentes e o compasso geométrico.
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Johannes Kepler (1571-1630): astrônomo, matemático e astrólogo alemão, Kepler aprofundou suas teorias sobre mecânica celeste inspiradas no modelo heliocêntrico, apresentando estudos sobre as eclipses lunar e solar.
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Andreas Vesalius (1514-1564): médico belga, considerado o “Pai da Anatomia Moderna”, Vesalius foi um dos precursores dos estudos sobre anatomia e fisiologia, após dissecar corpos de humanos e escrever sua principal obra, um atlas de Anatomia Humana intitulado “Fábrica”.
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Francis Bacon (1561-1626): filósofo, político e alquimista inglês, Bacon foi o criador do “Método Científico” (nova maneira de estudar a natureza), sistematizando o conhecimento humano, sendo considerado o fundador da “Ciência Moderna”.
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René Descartes (1596-1650): filósofo, físico e matemático francês, segundo seus estudos, Descartes foi considerado o “Pai do Racionalismo e da Matemática Moderna” e ainda, o fundador da Filosofia Moderna. Sua obra mais representativa é o “Discurso sobre o Método”, tratado filosófico e matemático propondo as bases do racionalismo.
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Isaac Newton (1643-1727): filósofo, físico, matemático, astrônomo, alquimista e teólogo inglês, Newton foi considerado o “Pai da Física e da Mecânica Modernas”, do qual desenvolveu diversos conhecimentos nas áreas da matemática, física e filosofia natural. Estudou o movimento dos corpos propondo as três “Leis de Newton”.
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Leonardo da Vinci (1452-1519): inventor, matemático, engenheiro e artista italiano, Da Vinci foi considerado um dos mais proeminentes gênios do Renascimento e da história da humanidade. Avançou em diversos estudos sobre a anatomia humana, e inventou o paraquedas, a máquina de voar, o submarino, o tanque de guerra, dentre outros.
A formação das monarquias nacionais europeias
A Formação das Monarquias Nacionais ocorreu durante o período da Baixa Idade Média, entre os séculos XII e XV, nos países da Europa Ocidental, com destaque para as monarquias portuguesa, espanhola, francesa e inglesa.
Note que esse processo ocorreu de maneira similar nos países europeus, entretanto, em tempos distintos. Em Portugal teve início no século XII, com a Dinastia de Borgonha (Dinastia Afonsina), sendo mais tarde consolidada pela Dinastia de Avis.
Na Espanha ocorreu a partir da União dos reinos de Aragão e Castela, apresentando seu apogeu com a Dinastia de Habsburgo. Ambos países (Portugal e Espanha) começaram o processo de formação dos estados nacionais após a expulsão dos Mouros (muçulmanos) que habitavam a península ibérica desde o século VIII.
Na França, considerada exemplo máximo do absolutismo europeu, esse processo foi consolidado com a Dinastia Capetíngia e a Dinastia Valois; e, por fim, na Inglaterra, com a Dinastia Plantageneta e a Dinastia Tudor. Observe que tanto na Espanha, quanto na França e na Inglaterra, a formação dos estados nacionais tiveram início no século XV.
Contexto Histórico: Resumo
Com a crise do sistema feudal na Baixa Idade Média (XI e XV), o crescimento demográfico, o surgimento da burguesia e o desenvolvimento do comércio, a partir da expansão das rotas marítimas, os países europeus foram criando seus próprios modelos de centralização política, donde o rei tornou-se uma das figuras mais importantes ao lado da Igreja e da nova classe que surgia: a burguesia.
Junto a isso, os ideais mercantilistas dos quais estavam imbuídos os novos mercadores, comerciantes e profissionais burgueses, aceleraram o nascimento de um novo sistema econômico: o capitalismo. Antes de mais nada, devemos ter em conta que esse sistema que surgiu, tratava-se de um capitalismo primitivo (um pouco diferente do conceito que temos hoje dele), pautados nos ideais do lucro, monopólio comercial, protecionismoalfandegário (proteção da economia pela entrada de produtos estrangeiros), metalismo (acúmulo de metais preciosos), os quais levaram à introdução da moeda como valor de troca.
Enfim, o sistema feudal e rural (administrado pelos senhores feudais), foi substituído pelo sistema capitalista, onde o crescimento das cidades (burgos) e a intensificação do comércio e das feiras livres pela classe burguesa marcou o período que ficou conhecido como Renascimento Comercial e Urbano.
Diante disso, os senhores feudais que possuíam grande poder na Idade Média, começam a perder sua posição, donde o Rei torna-se a figura responsável por administrar a política e a economia. Esse grande poder atribuído ao Monarca foi efetivado pelo apoio recebido da nobreza e sobretudo dos burgueses, a nova classe social que enriquecia cada vez mais, com o desenvolvimento do comércio.
Desde o surgimento e organização da classe burguesa, eles lutavam pela autonomia das cidades (dominadas ainda pelos senhores feudais), movimento que ficou conhecido como Movimento Comunal, referente às Comunas, ou cidades livres, libertadas das mãos dos senhores feudais.
Foi assim que a crise do sistema feudal e medieval teria sido solucionada, ou seja, por meio da centralização política nas mãos do Monarca (Rei), donde ele, como o poder soberano, decretava as leis, arrecadava impostos bem como organizava os exércitos nacionais. Todas essas características mediante o poder centrado numa única figura soberana, o Rei, ficou conhecida como Absolutismo Monárquico.
A partir disso, foi criado os Estados Nacionais, os quais apresentavam suas fronteiras, limites dos territórios e o exército nacional (para segurança da nação). No âmbito econômico, as monarquias nacionais visavam a unificação dos padrões monetários e também um sistema de cobrança dos impostos.
Em suma, a união dos interesses políticos dos Reis e os interesses econômicos da burguesia, foram essenciais para formação das Monarquias ou Estados Nacionais, extinguindo o domínio dos senhores feudais do período medieval, dando início a Era Moderna.
O Absolutismo foi o sistema político e administrativo dos países europeus, durante o período conhecido como Antigo Regime(séculos XVI ao XVIII ). Em suma, o soberano centralizava todos os poderes do estado em suas mãos e os utilizava a revelia de toda sociedade.
De partida, podemos localizar a formação do absolutismo durante a constituição e fortalecimento das monarquias nacionais, quando a Idade Média tem seu fim (séculos XIV e XV) diante da centralização política em ascensão.
Para todos os efeitos, os monarcas obtiveram o apoio da nobreza e da burguesia mediante a padronização das políticas fiscais e monetárias, ao mesmo tempo em que protegeria as propriedades das revoltas camponesas que ameaçavam a nobreza e o clero.
Os reis detinham o monopólio da violência para reprimir qualquer pessoa ou movimento social que contrariasse a vontade da realeza.
Os principais reinos absolutistas foram Espanha, França e Inglaterra: na Espanha, a unificação política ocorrera em 1469 por meio do casamento do rei Fernando de Aragão e a rainha Isabel de Castela.
Na França, durante a dinastia Valois (século XVI), consolidou-se o poder absolutista, o qual atinge seu ápice com o rei Luís XIV, o "Rei Sol" (1643 e 1715).
Já na Inglaterra, o absolutismo de Henrique VIII (1509), também foi apoiado pela burguesia, a qual consentiu no fortalecimento dos poderes monárquicos em detrimento do poder parlamentar.
Todavia, com a difusão dos valores iluministas bem como pela Revolução Francesa, os valores que sustentavam o período conhecido como o “Antigo Regime” ruíram derrubando todo aquele sistema.
Reforma Religiosa
A Reforma Protestante foi a grande transformação religiosa da época moderna, pois rompeu a unidade do Cristianismo no Ocidente.
No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero fixou na porta da igreja do Castelo as 95 teses que criticavam certas práticas da Igreja Católica. Atualmente, luteranos de todo mundo comemoram neste dia o "Dia da Reforma Protestante".
Em 2017, a Reforma Protestante fez 500 anos.
Origem da Reforma Protestante
O processo de centralização monárquica que dominava a Europa desde o final da Idade Média, tornou tensa a relação entre reis e Igreja. Até este momento, a Igreja Católica centralizava o domínio espiritual sobre a população e do poder político-administrativo dos reinos.
A Igreja - possuidora de grandes extensões de terra - recebia tributos feudais controlados em Roma pelo Papa. Com o fortalecimento do Estado Nacional Absolutista, essa prática passou a ser questionada pelos monarcas que desejavam reter estes impostos no reino.
Os camponeses também estavam descontentes com a Igreja. Na Alemanha, os mosteiros e bispados possuíam imensas propriedades. Muitas vezes, os bispos e os abades viviam às custas dos trabalhadores da cidade e dos campos.
A Igreja condenava as práticas capitalistas nascentes, entre elas a "usura" - a cobrança de juros por empréstimos - considerada pecado. Defendia a comercialização sem direito a lucro e o "justo preço". Isto reduzia o poder de investimento da burguesia mercantil e manufatureira.
Tomismo e Teologia Agostiniana
Dentro da própria Igreja, dois sistemas teológicos, o tomismo e o da teologia agostiniana, se defrontavam. No entanto, a desmoralização do clero, que apesar de condenar a usura e desconfiar do lucro, veio com a prática do comércio de bens eclesiásticos.
O clero fazia uso da sua autoridade para obter privilégios e a venda de cargos na Igreja era uma prática comum desde o fim da Idade Média.
O maior escândalo foi a venda indiscriminada de indulgências, isto é, o perdão dos pecados em troca de pagamento em dinheiro a religiosos.
A Reforma de Lutero
A Reforma Protestante foi iniciada por Martinho Lutero (1483-1546), monge agostiniano alemão, e professor da Universidade de Wittenberg. Crítico, negava algumas práticas comuns apregoadas pela Igreja.
Em 1517, revoltado com a venda de indulgências realizada pelo dominicano João Tetzel, Lutero escreveu em documento com 95 pontos criticando a Igreja e o próprio papa.
Estas 95 teses teriam sido pregadas na porta de uma igreja a fim de que seus alunos lessem e se preparassem para um debate em classe. No entanto, alguns estudantes resolveram imprimi-las e lê-las para a população, espalhando assim, as censuras à Igreja Católica.
Em 1520, o papa Leão X redigiu uma bula condenando Lutero e exigindo sua retratação. Lutero queimou a bula em público o que agravou a situação.
Em 1521, o imperador Carlos V convocou uma assembleia, chamada "Dieta de Worms", na qual o monge foi considerado herege.
Acolhido por parte da nobreza alemã refugiou-se no castelo de Wartburg. Ali, se dedicou à tradução da Bíblia do latim para o alemão, e a desenvolver os princípios da nova religião.
Em 1530, a Confissão de Augsburgo, escrita por Melanchthon, discípulo de Lutero, fundamentou a doutrina Luterana.
Seguiram-se guerras religiosas que só foram concluídas em 1555, pela "Paz de Augsburgo". Este acordo determinava o princípio de que cada governante dentro do Sacro Império poderia escolher sua religião e a de seus súditos.
Em cada região, o Luteranismo assumiu características diferentes: no Sacro Império teve a liderança de Martinho Lutero.
Na França e na Holanda, os princípios de Lutero foram ampliados por Calvino. Na Inglaterra, conflitos entre o rei e a Igreja deram origem ao Anglicanismo.
Calvinismo
A revolta e os ideais de Lutero se espalharam pelo continente europeu.
Suas ideias foram reformuladas por alguns de seus seguidores, particularmente pelo francês João Calvino (1509-1564).
Pertencente à burguesia e influenciado pelo Humanismo e pelas teses luteranas, Calvino converteu-se em ardente defensor das novas ideias.
Escreveu a "Instituição da religião cristã", que veio a ser o catecismo dos calvinistas. Perseguido, refugiou-se em Genebra, na Suíça, onde a Reforma havia sido adotada.
Dinamizou o movimento reformista através de novos princípios, completando e ampliando a doutrina luterana.
Determinou que não houvesse nenhuma imagem nas igrejas, nem sacerdotes paramentados. A Bíblia era a base da religião, não sendo necessária sequer a existência de um clero regular.
Para Calvino, a salvação não dependia dos fiéis e sim de Deus, que escolhe as pessoas que deverão ser salvas (doutrina da predestinação).
O Calvinismo expandiu-se rapidamente por toda a Europa, mais do que o luteranismo. Atingiu os Países Baixos e a Dinamarca, além da Escócia, cujos seguidores foram chamados de presbiterianos; na França, huguenotes; e na Inglaterra, puritanos.
Contrarreforma
A Contrarreforma foi o movimento que surgiu na Europa em consequência da expansão do protestantismo. Em 1534, foi fundada por Inácio de Loyola, ex-soldado espanhol da religião basca, uma ordem religiosa denominada "Companhia de Jesus".
Organizada de acordo com o modelo militar, a Companhia formava seus membros, os jesuítas, como "soldados de Cristo". Estes gozavam da confiança do papa e buscavam combater o protestantismo por meio do ensino e expansão da fé católica.
Decidiu-se a reativação do Santo Ofício, criado durante o século XIII, responsável pelo Tribunal da Inquisição. Sua função era julgar aqueles que se desviavam do dogma da Igreja.
Martinho Lutero havia publicado as “95 teses”, texto preparado para uma discussão pública e que consistia numa crítica ao catolicismo.
Sua rápida divulgação, através da impressão e distribuição de exemplares por seus alunos, fez surgir outra vertente do Cristianismo, o Luteranismo, primeira doutrina do Protestantismo.
Reforma Católica ou Contrarreforma?
Havia muito tempo que vários membros da Igreja Católica pediam a revisão de certas práticas levadas pela Igreja. Por isso, o Concílio de Trento passou a ser conhecido historicamente como contrarreforma.
Atualmente, os historiadores interpretam este fenômeno como Reforma Católica. Afinal, o objetivo do Concílio de Trento não foi apenas dar uma resposta a Lutero e seus seguidores.
A Reforma Católica, antes chamada Contrarreforma, é um movimento católico que culminou em 1545 com o Concílio de Trento.
A reativação da Inquisição e o fortalecimento da Companhia de Jesus caracterizam esse acontecimento histórico.
Concílio de Trento
Entre 1545 e 1563, o Concílio se reuniu na cidade de Trento, na Itália.
Ante de mais nada, o que é um Concílio? É uma reunião dos bispos da Igreja Católica convocada pelo Papa quando surge uma questão grave sobre a fé.
O primeiro Concílio da história da Igreja foi o de Jerusalém e o último, o do Vaticano II, em 1965.
O objetivo desta reunião é justamente conciliar as diferentes visões sobre o tema proposto ou condená-lo por heresia. Por tradição, os Concílios recebem o nome da cidade onde foram realizados.
Desta maneira, o Concílio de Trento reunia representantes da Igreja Católica de toda a Europa. Tinha como alvo rever certas práticas da igreja como o comércio de cargos eclesiásticos e indulgências.
A Igreja Católica vinha sendo desacreditada e estava perdendo adeptos, especialmente na Inglaterra, na França e na Alemanha.
O Concílio de Trento, com representantes da Igreja Católica de toda a Europa. Igualmente estavam presentes membros da igreja luterana e da ortodoxa.
Deste Concílio, surgiu uma Igreja reformada. Foi criado ainda o “Index”, lista de livros proibidos pela Igreja, incluindo livros científicos (de Galileu, Giordano Bruno, entre outros). A formação do clero deveria ser mais rigorosa e foi proibida a venda de cargos religiosos.
A Contrarreforma não destruiu o protestantismo, mas limitou sua expansão. Seu sucesso encontra-se na América Latina, local de maior concentração de católicos no mundo.